A Acadêmicos do Salgueiro foi a última escola a desfilar nesse domingo (21), enfrentando a tempestade que caía na Avenida. Apesar disso os integrantes não desanimaram e fizeram um desfile deslumbrante, cantando o enredo “Hutukara” que faz defesa ao povo Yanomami do início ao fim do ensaio. A escola fala sobre os povos indígenas que vivem na maior Terra Indígena do país, situados nos estados do Amazonas e Roraima.

Antes do desfile começar, a Corte Real carregou uma faixa escrita “ARREPIA QUINHO” em homenagem ao eterno intérprete que deu vida aos grandes enredos da escola. Quinho veio a falecer no dia 03 de janeiro, devido a luta que enfrentava contra o câncer desde 2022. O homem se tornou lendário e deixou uma marca histórica no Salgueiro.

Crédito: Sapuquei

Muitas alas da escola vieram caracterizadas como indígenas, carregando em seus corpos (adereços e vestimentas) e em seus rostos (pinturas das marcas de muitas etnias) uma identidade cultural do povo nativo. Durante o Carnaval muitas pessoas usam fantasias de índio, o que reforça estereótipos racistas e os configura como lenda folclórica.

A agremiação veio para desmitificar tal situação, fazendo com que o público entenda qual a verdadeira história e importância desse povo. A comissão de frente fez um apresentação em pedido de socorro as terras que estão sendo devastadas pelo desmatamento na região. Em uma outra categoria, integrantes tinham seus corpos completamente pintados com tinta vermelha e em suas costas um pedido: “NÃO NOS MATE”.

A Rainha de bateria Viviane Araújo foi ovacionada pela plateia presente. Nem a chuva conseguiu inibir seu brilho. A Rainha que foi fantasiada de indígena ficou ainda mais bela após o banho de chuva que fez seu cabelo ganhar nova forma. Viviane sambou sem medo de cair na Avenida, mostrou que sabe fazer bonito independente das circunstâncias. Esse ano ela completa 15 anos no Salgueiro.

Créditos: Fred Pontes Fotógrafo

By Viviane Jales

Viviane Jales é jornalista, redatora e amante da língua portuguesa. Ingressou recentemente ao núcleo da Rádio Bicuda FM para somar na cobertura de carnaval, mas gosta de desbravar todos os âmbitos jornalísticos.

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