Nesse domingo (21), a escola Paraíso do Tuiuti traz a memória o tempo da escravatura, tentando romper o que deveria ser abominado tempos atrás. A agremiação canta o enredo ”Glória ao Almirante Negro!”‘ e homenageia a história de João Cândido. O entregador Max Ângelo que foi agredido a chicotadas no ano passado desfilou na terceira alegoria da escola, representando o líder da revolta da Chibata.  

Em 2020 a escola homenageou o Santo Padroeiro do Rio de Janeiro com o enredo “Encantarias de Sebastião”, esse ano leva a Avenida para o ensaio técnico um tripé em tributo ao Santo, um dia após a celebração do consagrado.

Imagem: Rio Carnaval

A comissão de frente foi ensaiada pelos coreógrafos Claudia Mota (que retomou a escola para o Carnaval de 2024) e Edifranc Alves, deram um show na Avenida. As mulheres vestiam roupas em tons de azul e branco e tinham seus rostos pintados de azul em homenagem a Yemanjá e os homens usavam roupas azul escuro e verde neon, chamando bastante atenção, representavam escravos. Em 2023 a escola ganhou o premio Estandarte de Ouro com essa categoria.

Imagem: Sambistas da Depressão

A ala de baianas chamou a atenção de todos que estavam na Avenida, desde o público, até as emissoras presentes para a cobertura do evento. Apesar de ser uma fantasia que se repete em todos os anos, qualquer detalhe faz grande diferença. Por cima da roupa branca tradicional, as baianas usavam um tipo de chalé em tom de azul e dourado e enormes cordões no pescoço.

A Rainha de Bateria Mayara Lima usou uma fantasia em tom azul, inspirada em um dos bordados de João Candido que fez enquanto estava preso. Mas o destaque principal foi o coração que brilhava e brilhava, representando uma frase do enredo que diz “Liberdade Coração”. Durante a concentração para entrada na Avenida, ela já cantava o enredo extremamente emocionada.

Imagem: Rio Carnaval

Em outras categorias da escola, foram usadas muitas fantasias de marinheiros e marinheiras, em representação a profissão de João Cândido e de pessoas negras importantes como a escrava Anastácia, sentenciada a usar uma máscara punitiva de ferro por se negar a ter relações. Apesar de muito tempo ter passado, tal contexto tratado pela escola, continua sendo muito atual.

By Viviane Jales

Viviane Jales é jornalista, redatora e amante da língua portuguesa. Ingressou recentemente ao núcleo da Rádio Bicuda FM para somar na cobertura de carnaval, mas gosta de desbravar todos os âmbitos jornalísticos.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Follow by Email
Facebook
YouTube
YouTube
Instagram