Hoje, a partir das 21h, a Band transmite os desfiles da Série Ouro, grupo de acesso para o desfile principal do carnaval carioca.

16 escolas vão se apresentar e 13 vão disputar a única vaga para a elite. Como vem cada uma delas? O que esperar? Confira!

Sexta

Botafogo Samba Clube

Depois de quase 70 anos – não vamos esquecer que a Mocidade foi fundada a partir de um clube de futebol – uma escola “de torcida” chega à Marquês de Sapucaí. A Botafogo promete fazer um desfile seguro, longe das últimas posições. Após um ensaio técnico surpreendente – a escola foi uma das que mais cantou entre as 16 -, com investimento e bons quesitos, Botafogo deve conquistar seu objetivo sem sustos.

Arranco

A escola do Engenho de Dentro tenta se recuperar após disputar, nota a nota e de maneira absurda, o rebaixamento no carnaval de 2024. Após lançar – e perder – Toín Gonzaga e Nicolas Gonçalves, o Arranco aposta na experiência de Annik Salmon, vinda da Mangueira, para surpreender esteticamente e dar um salto na tabela. Com um investimento modesto e samba pouco empolgante, é difícil imaginar isso acontecendo.

Inocentes de Belford Roxo

Após um exagerado 6° lugar em 2024, a escola aposta na reedição de um dos maiores sambas de sua história, que rendeu o caneco da terceira divisão em 2008, para disputar as primeiras posições em 2025. A Inocentes tem samba, bons quesitos e comunidade; se corrigir os problemas estéticos do último carnaval, pode brigar em cima.

Unidos da Ponte

Após um injusto 11° lugar em 2024, a escola se preparava para tentar, mais uma vez, dar um salto na tabela do segundo grupo. Para isso, a Ponte trouxe novamente a dupla Guilherme Diniz e Rodrigo Marques e apostou em um – confuso – enredo de apelo ambiental, que rendeu um samba apenas mediano. Com o trágico incêndio que abalou o mundo do samba e o Rio de Janeiro, a escola não será julgada e já planeja o carnaval de 2026.

Estácio de Sá

Nós estamos no dia do desfile da Estácio e eu até agora não entendi o enredo da escola. É leão? É floresta? É lendas amazônicas? Embora o samba estaciano esteja acima da média na safra, ele mais confunde que explica. Com uma ótima dupla de intérpretes e a manutenção do carnavalesco Marcus Paulo, a escola busca repetir o sucesso do ano anterior e brigar pelas primeiras posições do grupo – sem UPM e Império Serrano na disputa, é possível.

União de Maricá

Polêmicas à parte, a escola já era favorita ao caneco. Com um dos maiores investimentos do grupo – se não o maior -, a assinatura de Leandro Vieira e um grande enredo sobre seu Sete da Lira, vai ser difícil segurar Maricá. A escola, que estreou no grupo conquistando um excelente quarto lugar, sai na frente na busca pelo título, especialmente sem outras favoritas na disputa.

Em Cima da Hora

Mesmo com bons enredo e samba, a escola deve permanecer na mesma região da tabela que ocupou no ano anterior. O principal trunfo da ECDH é a bateria do mestre Capoeira – que segurou o superestimado desfile de 2024 na unha.

União da Ilha

Esse é o enredo mais “Ilha” da Ilha desde que a escola caiu para o grupo de acesso. Com uma bateria mais madura e o primeiro samba bom em anos, se a escola repetir a qualidade plástica do desfile de 2022 pode tranquilamente disputar o título. Tendo em mente o mesmo cenário que apontei nos comentários de Estácio e Maricá, Ilha é favorita.

Sábado

Tradição

A Tradição voltou. Dona de um dos melhores esquentas dos ensaios técnicos – que teve os lendários sambas sobre Natal e Silvio Santos e um ponto de Exu -, a escola aposta em enredo e samba – o melhor do grupo – para permanecer na Marquês de Sapucaí. Junte-se a isso uma boa bateria e muita vontade de fazer acontecer. Pode ficar.

Parque Acari

O megazord amarelo e rosa desfila pela segunda vez na Marques de Sapucaí e, para permanecer por mais um ano no maior palco carnavalesco do mundo, aposta em um simpático enredo sobre o violão. A escola tem um samba simpático e a experiência de Guilherme Estevão, também egresso da Mangueira, mas apresenta quesitos frágeis. Acredito que é favorita ao descenço.

Vigário Geral

Em 2022 e 2024 a escola tinha bons enredos, bons sambas e fez desfiles corretos. Em 2023, tinha um samba ruim e fez um desfile abaixo da crítica. Nas três oportunidades ficou basicamente no mesmo lugar da tabela – dois 10° e um 9° lugar. Não entendo como poderia ser diferente esse ano. De uma forma ou de outra, a escola tem o bom Danilo Cezar no microfone principal, uma bateria cada vez mais madura sob o comando do mestre Luygui e um dos melhores sambas da safra.

Bangu

Com um grande enredo e um dos melhores sambas do grupo, a escola tinha tudo para galgar um degrau a mais na tabela da Série Ouro. Com o incêndio, porém, é uma das três escolas que não será julgada.

Porto da Pedra

A escola que retorna do grupo especial vive sempre uma situação engraçada: ela é uma das mais preparadas para vencer mas nunca leva o título. Por isso, acredito que os gonçalenses não são favoritos por motivos meramente estatísticos. A escola tem um grande enredo, um bom samba e um time de grupo especial. Me assustaria muito se não ficasse no top 3, especialmente sem UPM e Império na disputa.

São Clemente

Enredo sobre bicho não costuma dar certo. O tema clementiano até tem algum apelo junto ao público, mas é muito complicado transformá-lo em desfile de escola de samba. Contudo, depois de um péssimo desfile que rendeu um absurdo 5° lugar em 2024, é difícil imaginar a São Clemente ficando distante dessa posição em 2025 – mesmo com um samba complicado e quesitos frágeis.

Acadêmicos de Niterói

A escola tem um bom samba e um simpático enredo junino patrocinado – de novo! – por Maracanaú. Além disso, Niterói tem influência, um belo aporte financeiro e bons quesitos. Por isso, poderia tranquilamente ser apontada como uma das favoritas ao caneco. A pedra no caminho é a harmonia: a azul e branca é, ano após ano, uma das escolas menos empolgadas da Sapucaí.

Império Serrano

Após o incêndio que destruiu quase a totalidade das fantasias com que desfilaria, o Império Serrano fez um ensaio técnico mágico. A escola foi homenageada pela Liga, tocou seus principais sambas no esquenta e passou com os ritmistas aos prantos. Destaque total para mestre Vitinho, que além de fazer um trabalho tecnicamente perfeito, ainda promove o envolvimento da Sinfônica com os baluartes da escola. Falando de Beto sem Braço, um de seus maiores ícones, com um samba empolgante e grande investimento, o Império era meu favorito. Acredito que, mesmo não sendo julgada, a escola vai dar o sangue no encerramento do carnaval do segundo grupo.

Palpites

Maricá é favorita isolada ao título, e não vejo outra escola aguando esse chopp que não a Ilha.

Inocentes, Porto da Pedra e Estácio provavelmente vão fechar o primeiro pelotão.

Niterói, Vigário, São Clemente e Botafogo devem ficar pelo meio da tabela.

Se tivesse que casar minhas fichas nas escolas rebaixadas, apostaria em Acari e Arranco. Em Cima da Hora e Tradição também correm riscos.

By Thales Basilio

Thales Basílio é editor e redator, formado em Relações Internacionais e Estudos Estratégicos pela UFF com pesquisa em carnaval carioca. Desde 2022 integra o time da Bicuda.

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